Feriado histórico no Matriz

No último dia 20, véspera de feriado de Tiradentes, o CMMI, representando o Circuito fora do eixo, realizou seu primeiro evento, na casa de show matriz, em Belo Horizonte. O encontro das bandas instrumentais Macaco Bong (MT) e Burro Morto (PB) deixou a casa lotada e o público boquiaberto.

Já com um grande público, o Burro Morto foi a primeira banda a subir ao palco. Com a formação baixo, bateria, percussão, guitarra, sintetizadores e efeitos eletrônicos, o quinteto, trouxe uma mistura de rock contemporâneo com um swing nordestino e intervenções psicodélicas. Entre as apresentações das bandas, DJs dos coletivos, animaram a pista com diferentes gêneros do rock. O público era, em sua grande maioria, integrantes de bandas importantes do cenário independente, produtores e agitadores culturais.

A próxima a se apresentar foi o grande destaque da cena independente nacional no ano de 2008. O trio Macaco Bong, logo na primeira música fez jus ao impacto que vem causando na mídia nacional e internacional com seu disco “Artista igual pedreiro” e principalmente com o furor em suas performances ao vivo.

texto por João Rafael, do coletivo fórceps

foto por João Rafael

Turnê Pele do Asfalto explora a palavra além do papel

Nem toda poesia é música, nem toda música é poesia. Então para onde esvair as poesias que não são tanto música? Ou ainda, para que fazer poesia só para que ela vire música?

Danislau Também é experimentador da interface da palavra, compositor e vocalista da banda Porcas Borboletas, escreve no blog Starputz e interage bastante com outros “manipuladores” da palavra, seja ela escrita, falada ou cantada. Já fez parcerias com Arnaldo Antunes, Clarah Averbuck, Arrigo Barnabé etc.

Em 2009, Danislau lidera a Turnê Pele no Asfalto, que reúne diversas expressões de artistas cujos trabalhos se destacam por uma forte ênfase na palavra, mas que, por outro lado, se desenvolvem por outras modalidades de arte, além da literatura impressa em livro. Todos os artistas da são escritores. E são todos, também, artistas de palco, artistas da palavra vocalizada, encenada.

A turnê faz parte da programação do Conexão Vivo, com apresentações em Uberlândia e Belo Horizonte, em março e abril, respectivamente. Leia entrevista com Danislau Também no Portal Fora do Eixo.

Abriu a turnê em Uberlândia, o monólogo “Mercadoria e Futuro”, de Lirinha, mais conhecido por seu trabalho na banda Cordel do Fogo Encantado. Bebendo muito na fonte dos vendedores de praça e fazendo um humor bem próximo dos clowns, Lirinha apresenta um verdadeiro espetáculo misturando poesia, cordel, música e aparatos tecnológicos diversos.

Com o pretexto de vender um livro contendo “poesia do futuro”, o personagem Lirovsky abusa da metalinguagem e das lembranças de infância de Interlândia (sua terra natal), e prende a atenção do público do começo ao fim. É divertido o espetáculo que debate poesia, profecia, valor, mercado e até estratégias de venda.

Já Starputz é bem mais desconstruído em discurso, não chega a ser um monólogo, nem um recital, e também não deixa de ser as duas coisas ao mesmo tempo. É quase uma instalação: projeções de vídeo, locuções em off e declamações do poeta. Os assuntos são a escrita, a palavra, a poesia e conversas com a consciência.

Chacal, grande poeta carioca, apresentou um clássico recital, declamando suas obras uma após a outra. Chacal é grande incentivador do poema falado, é um dos fundadores do projeto CEP 20.000, espécie de sarau, com convidados especiais e microfone aberto para todos que quiserem expor seus poemas.

A Turnê Pelo no Asfalto conta ainda com intervenções de Vane Pimentel e Danislau Também entre os shows do festival Conexão Vivo 2009, que acontece em Belo Horizonte de 18 a 26 de abril, veja a vinheta abaixo.



Texto por Camila Cortielha, do coletivo Pegada
Fotos por Margo Nagoa

Festa do CMMI

Formado por entidades voltadas para o fomento da música independente, o Circuito Mineiro da Música Independente apresenta sua primeira festa em Belo Horizonte na segunda (20) no Matriz. No palco as bandas instrumentais Macaco Bong (MT) e Burro Morto (PB) mostram porque são dois dos maiores nomes da nova música nacional, acumulando elogios de diversos veículos de comunicação e com lugar garantido nos principais festivais do país.

O Macaco Bong é um power trio virtuoso que teve o disco de estréia "Artista igual pedreiro" eleito o melhor lançamento nacional de 2008 pela revista Rolling Stone e vem de shows recentes no Canadá e Estado Unidos.

Já o Burro Morto mistura o som psicodélico com progressivo e afro-beat e já tocou em festivais importantes como o Feira da Música (CE) e Coquetel Molotov (PE). No momento a banda prepara o lançamento de seu disco de estréia, projeto aprovado pelo Pixinguinha, programa cultural da Funarte e Ministério da Cultura.

A festa conta ainda com a discotecagem de vários nomes atuantes na cena independente como Moita (integrante da banda Porcas Borboletas de Uberlândia), Leth (do coletivo Megalozebu de Uberaba), StereoTóxico (do coletivo Pegada de Belo Horizonte) e B-flogin (do coletivo Fórceps de Sabará). No setlist o melhor da atual produção independente nacional do rock ao samba.

SOBRE O CMMI
O Circuito Mineiro da Música Independente é uma rede de coletivos culturais e colaboradores independentes, que começou a ser constituída em 2007 e tem na articulação do Circuito Fora do Eixo, sua principal fonte de inspiração e orientação. A rede é formada por entidades de nove cidades de Minas Gerais: Belo Horizonte, Uberlândia, Sabará, Montes Claros, Divinópolis, Vespasiano, Patos de Minas, Uberaba, Ribeirão das Neves.

PARCERIAS
A festa do CMMI conta com parceiros como o festival Conexão Vivo, que acontece entre os dias 17 e 26/04 e também tem em sua programação as bandas Macaco Bong e Burro Morto. Outro parceiro é o Circuito Fora do Eixo, uma rede de coletivos que atua em âmbito nacional da qual fazem parte a marioria das entidades integrantes do CMMI.


SERVIÇO
Festa do Circuito Mineiro de Música Independente (CMMI)
Dia 20 de abril (segunda)
A partir de 23h
Matriz - Terminal Turístico JK , Rua Guajajaras, 1353
Entrada - R$ 10 (na hora) e R$ 8 (antecipado)
Ingressos antecipados: Folha Seca, Av. Augusto de Lima, 885
Shows com MACACO BONG (MG) e BURRO MORTO (PB)
DJs Leth (Uberaba), Moita (Uberlândia), B-Flogin (Sabará) e Stereotóxico (BH)

Burro Morto e Transmissor em Montes Claros

Duas das principais bandas independentes nacionais se apresentaram no Conexão Vivo em Montes Claros. Os paraibanos do Burro Morto e os mineiros do Transmissor, apesar de contar com trabalhos ainda muito recentes ganharam destaque em 2008 e conquistaram espaço no festival. Adeptos ao "faça você mesmo" o Burro Morto chama atenção, além da qualidade da sua música instrumental, por se autogerir "A gente tem um estúdio e produz nossas próprias coisas. É a gente que mixa, faz divulgação, fecha show....", explica o guitarrista Leo.

Já o Transmissor, conta com músicos que já transitam há anos pela cena independente mineira e impressão da banda é de que o cenário "nunca esteve tão propício", como explicou o baixista Tiago Corrêa. Para o guitarrista Leo Marques apesar de todas as dificuldades as coisas estão melhorando "a galera envolvida está muito profissional, mesmo sendo eventos muitas vezes pequenos estão chegando a resultados cada vez melhores".

Além do show no Conexão o Transmissor também se apresentou em uma churrascaria em Montes Claros e a recepção do público surpreendeu a banda. "É muito impressionante quando você vem a uma cidade que nunca veio e as pessoas conhecem o trabalho, cantam as músicas. Aqui especialmente teve isso e isso marca muito", afirma Tiago.

Oficina de Elaboração de Projetos por Carlos Faria

Além dos shows realizados no festival Conexão Vivo pelo interior do Estado de Minas Gerais, o músico Carlos Faria também foi o responsável pela oficina de Elaboração de Projetos Culturais em Uberlândia. Segundo ele, o projeto sua oficina já havia sido realizada no Jequitinhonha antes de chegar a Governador Valadares e Uberlândia, sempre com bons resultados. "As pessoas que foram estão interessadas e sedentas de mais conhecimentos. A grande dificuldade das pessoas é a falta de informação, até mesmo sobre as leis de incentivo. O que falta é desmistificar a questão. Deu pra perceber que tem gente querendo encaminhar propostas e não sabia como fazer isso e com a oficina uma luz foi acesa", afirma.

Embora o tema seja complexo demandando muito tempo de estudo para se ter conhecimento sobre elaboração de um projeto Carlos Faria garante que a oficina serve como um bom iniciamento. O músico também ressalta a diversidade do público que participou do projeto. "A maioria das pessoas não é de músicos, mas de gente de associações, pessoas ligadas à gestão, estudantes.... Pessoas com interesses diversos mas que querem encaminhar suas propostas. O que procuramos foi passar informações essenciais sobre o assunto porque em dois dias você nunca esgota um assunto tão vasto como é a elaboração de projetos."

Conexão Uberlândia: Sonorização com Alan Eduardo

Pra quem trabalha com música é essencial entender pelo menos o básico de questões técnicas relacionadas ao som. Pensando nisso o CMMI promoveu a oficina "Sonorização - direção de palco e formação de roadies" com Alan Eduardo em Uberlândia e Montes Claros durante a passagem do festival Conexão Vivo.

Usando como exemplo o espaço Goma em Uberlândia, Alan explicou sobre posicionamento do equipamento de som dando dicas do que é correto e do que não se deve fazer e deu até dicas de como otimizar o som da casa. Uma das principais vantagens apontada pelos músicos ao fazer a oficina foi obter informações suficientes para poder conversar em pé de igualdade com o técnico de som e saber o que dizer a ele em termos técnicos.

Segundo o músico Guilherme Miranda da banda Krow sua banda "não tem condições de cobrar um cachê que englobe um técnico de som", por isso a oficina foi importante para possibilitar que ele mesmo faça o trabalho gerando um economia nos gastos nos próximos shows.

Conexão Uberlândia: SIM e CMMI fazem reunião

Na tarde do sábado (21) integrantes da SIM (Vitor Santana, Flávio Henrique e Oscar Neves) e do CMMI (coletivos Fórceps, Retomada, Megalozebu e Azimute) se reuniram para conversar sobre o relacionamento entre as duas instituições. Como o CMMI ainda é uma instituição recente o encontro serviu para os representantes das duas instituições se conhecerem e saberem um pouco mais sobre as respectivas entidades e seus objetivos.

Num segundo momento deu-se início à oficina de Produção Fonográfica, de Flávio Henrique e a questão dos direitos autorais predominou. Na pauta, UBC, ECAD, creative commons, rádios piratas, cena independente etc. Apesar de algumas divergências entre as instituições quanto às atuais leis de direito autoral o encontro valeu para esclarecer muitas dúvidas sobre o funcionamento da mesma no Brasil

Conexão Montes Claros: Coletivos e Moedas de troca

Bandas e produtores dos coletivos Retomada, Instituto Geraes e Plug estiveram presentes na oficina "Formação de cenas e estruturação de coletivos de música" ministrada por Talles Lopes (coletivo Goma), na terça (24) e quinta (26) em Montes Claros.

Além de falar sobre os princípios básicos para a formação de um coletivo Talles abordou também o funcionamento das moedas complementares dentro do Circuito Fora do Eixo, explicando com se dão as trocas de serviços nos locais onde a moeda já foi implementada como Uberlândia e Cuiabá.

No último dia foi proposto por Talles a criação de uma lista regional para discutir a cena local, devido às várias iniciativas presentes na cidade, que ainda conta com a Associação do Rock.

Foto: Alan Lima

CMMI em turnê: São João Del Rei

Esse foi o quartel general do Circuito Mineiro de Música Independente em São João Del Rei. Estamos aqui desde quarta-feira e foi uma semana bastante intensa de convivência e trabalho.

Chegamos com a prioridade de ministrar uma oficina de comunicação independente e conseguimos montar um esquema bastante forte com a equipe que os coletivos Azimute (Vespasiano), Fórceps (Sabará), Goma (Uberlândia), Pegada (Belo Horizonte) e Retomada (Montes Claros) destacaram para essa turnê: estamos disponibilizando conhecimentos em texto, foto, vídeo e trabalho em rede em geral.

Além disso, é essencial conquistar pessoas com pensamento coletivo em São João Del Rei. A cidade é linda, turística, com paisagens espetaculares de uma época em que Minas Gerais era caminho do ouro. Além disso, fica a duas horas e meia de Belo Horizonte, a 300 quilômetros do Rio de Janeiro e tem uma população jovem e universitária que fica transitando nas ruas do centro incessantemente. Um cenário ideal para incluir na rota de circulação de artistas independentes e pedreiros.

Durante toda a semana, além de mobilizar a oficina, que teve mais de 15 adeptos, também procuramos conhecer o pessoal que mexe com a cultura na cidade. Conversamos com o organizador de festival de indie rock da cidade, convivemos com um pessoal do movimento hip-hop, que tem b-boys e grupos de dança, conectamos com atores da política estudantil e saímos daqui com a certeza de que São João Del Rei não tardará a se integrar no Circuito Mineiro de Música Independente.

A turnê do CMMI acompanha o Conexão Vivo pelo interior, contribuindo com oficinas teóricas e práticas. De 16 a 22 de março estaremos em Uberlândia, na semana seguinte vamos para Montes Claros.

Oficina de Comunicação CMMI: cobertura da oficina Samba, Sambinha e Sambacanas

Na quinta-feira (12), acompanhamos em São João Del Rei (MG) um pouco da oficina SAMBA, SAMBINHA E SAMBACANAS do projeto Conexão Vivo, ministrada pela cantora, professora de canto, preparadora vocal e diretora musical, Babaya.

Babaya disse estar muito feliz participando do projeto, pois acredita muito nas oportunidades de troca de conhecimento que a oficina permite. “É uma troca maravilhosa de vida!” afirma Babaya. Quando perguntada sobre o motivo de escolher o samba, Babaya se diz apaixonada pelo estilo e que há anos ela vem pesquisando sobre esse gênero musical e decidiu dividir todo esse conhecimento com as pessoas, pois o que ela deseja com as oficinas é que estas possam conhecer mais o samba, motivando-as a pesquisar e a ler sobre o mesmo. “Eu trouxe na minha oficina uma grande pesquisa, um grande acervo de CD’s, para que eles vissem a importância desse gênero tão representativo de nossa música, tão nossa música”, diz Babaya.

Os oficineiros estavam muito entusiasmados com a oficina, principalmente Diego Vicent Pereira – aluno de Canto Popular na UFSJ – que já desejava ter aulas com Babaya há muito tempo e estava muito satisfeito pela oficina ser sobre samba, já que estão trabalhando justamente com esse estilo na faculdade. Já João Vitor de Souza, que tem 23 anos, músico há oito, e tem raízes familiares ligadas à escola de samba local, diz que antes da oficina achava que sabia tudo sobre o gênero e agora descobriu que ele não sabia quase nada sobre o que é samba na verdade. Isabella Brasil de apenas 15 anos que também participa da oficina completa: “Eu acho que todos deveriam ouvir e prestigiar, pois samba não tem idade, música não tem idade!”

Vale lembrar que sem o apoio da Vivo, da Lei de Incentivo a Cultura, e do músico Fernando Muzzi a oficina não seria realizada.

A oficina de Samba, Sambinha e Sambacanas termina hoje com uma apresentação as 17:00 horas no Campus Santo Antônio da Universidade Federal de São João Del-Rei.
Aparece lá!

André Neves (aluno da oficina de comunicação do CMMI)

Fotos por Gabriel Menezes e Vinicius Tobias

Oficina de comunicação começa hoje em São João Del Rei - MG

Vamos dar uma oficina de comunicação independente muito legal e depois acompanhar os eventos do fim de semana para praticar tudo, dá uma olhada e aparece lá!

Oficina de Comunicação do Circuito Mineiro de Música Independente

Módulos teóricos e práticos:
• Contextualização do Circuito Fora do Eixo
• Contextualização do CMMI
• Cobertura independente: texto para internet
• Cobertura independente: foto
• Cobertura independente: vídeo
• Cobertura independente: áudio
• Cobertura do Conexão Vivo

Local: UFSJ - Campus Santo Antonio - Sala 103
Dias: 12 e 13 de março
Horários: 14h a 17h
Vagas: 20 (É só aparecer!)

www.cmmi.foradoeixo.org.br

Parcerias apoios e patrocínios: Conexão Vivo, SIM, BDMG, FEC, Lei de Incentivo a Cultura, Governo do Estado de Minas Gerais

Circuito Mineiro de Música Independente escolhe marca via concurso cultural

Vamos escolher nossa identidade visual via concurso cultural e realizar nosso primeiro concurso cultural. Qualquer interessado pode se inscrever e mandar os projetos até o dia 29 de março de 2009. Os trabalhos inscritos passam pelo crivo de uma comissão do CMMI, que escolhe a identidade visual do Circuito Mineiro Independente até 2011. O processo é bastante desburocratizado e os interessados têm total liberdade criativa para realizar o que quiserem. O resultado sai no dia 04 de abril, nesse blog.

Consulte o edital com todas as informações:
http://www.mediafire.com/?nnnw55gzunk